sábado, 18 de junho de 2011

DIÁLOGO DA ÁRVORE E DA PEDRA




Extraído do livro Musashi, de Eiji Yoshikawa, romance épico baseado diretamente na história japonesa, que narra um período da vida do mais famoso samurai de todos os tempos. Trata-se de um diálogo, entre o monge Zen Takuan e Musashi quando ainda era um aprendiz de samurai. Esse dialógo foi travado quando o monge consegui prender Musashi numa árvore.



A noite vinha chegando. Contrastando com a anterior, a lua brilhava branca no céu sem nuvens. Quando todos no templo se aquietaram adormecidos, o monge, cansado dos livros, calçou as sandálias e saiu.

-Takezo! - chamou. Um leve frêmito agitou os ramos, no topo do velho cedro. Gotas de sereno caíram ao seu redor formando uma chuva tênue e brilhante.

- Pobrezinho, já nem tem forças para responder. Takezo, ei, Takezo! Na mesma hora, um berro possante se fez ouvir:

- Que quer, monge dos infernos? - Era a voz estrondosa de Takezo, cujo ânimo nada lograva abater.

- Ora, ora ... - disse o monge, elevando uma vez mais o olhar. Vejo que ainda não perdeu a voz. Nesse passo, creio que é capaz de durar mais cinco ou seis dias. E então? Está com fome, Takezo?

- Não me faça perder tempo com conversa fiada, bonzo. Ande logo, corte minha cabeça de um vez!

- Nada feito, não ouso cortá-la descuidadamente. Do jeito como você é atrevido, sua cabeça é capaz de pular e morder meu pescoço, mesmo depois de separada do corpo. Bem, vamos apreciar o luar.

Takuan sentou-se sobre um pedra próxima.

- Espere aí que já lhe mostro ... Concentrando toda a força do corpo, Takezo pôs-se a sacudir o galho em que se achava amarrado. Folhas e fragmentos de casca choveram sobre o rosto de Takuan. O monge os removeu, limpou os ombros e o peito, e voltou uma vez mais o rosto para o alto:

- Isso, assim é que se faz, gostei de ver! É preciso sentir raiva, muita raiva para que realmente venham à tona a verdadeira força e o caráter de uma pessoa. Nestes últimos tempos, anda na moda rotular de intelectual e magnânimo o indivíduo imperturbável, que oculta sua raiva. Que jovens se ponham a imitar tal atitude, supostamente adulta, constitui indizível absurdo. Gente jovem não deve conter a raiva. Tem de expô-la! Vamos, ranja os dentes, sinta raiva, muita raiva, Takezo!

- Ah, não perde por esperar, bonzo maldito! Eu ainda vou conseguir desgastar essas cordas e rompê-las, e então aterrisarei ao seu lado e o materei a pontapés!

- Palavras promissoras! Sinto-me orgulhoso! Até que isso aconteça, aqui permanecerei, à espera. Contudo, pense bem: até quando será capaz de agüentar? Sua vida não se terá acabado muito antes de a corda arrebentar?

- Como é?

- Céus, que força impressionante! Você está conseguindo balançar até a árvore! Mas veja a terra: nem se abala, reparou? Sabe por quê? Porque não há força em seu ódio - seu ódio é pequeno, é privado, tem origem em rancores pessoais. A indignação de um homem deve ser desprovida de interesses pessoais, devotada à causa pública. Encolerizar-se levado por mesquinhas emoções pessoais é histeria feminina.

- Continue tagarelando à vontade; já vai ver o que lhe acontecerá!

- Não adianta, Takezo, desista! Desse jeito, só vai conseguir consar-se. Por mais que se debata, nunca conseguirá abalar a terra - nem sequer partir esse galho.

- Maldição!

- Se empregasse toda essa energia a favor, já não diria da pátria, mas ao menos de terceiros, você conseguiria mover céus e terra, até mesmo os deuses, sem falar nos simples mortais! Nesse ponto, Takuan passou a usar o tom que empregava em seus sermões:

- É lamentável, lamentável! Nasceu de humanos, e no entanto é uma fera: e selvagem como uma fera, sem progredir um passo sequer em direção à condição humana, este jovem tão formoso está condenado a terminar seus dias.

- Cale a boca! - gritou Takezo. Lançou na direção do monge uma cusparada que se pulverizou antes de atingir o solo.

- Agora escute, Takezo, preste atenção: sua força física tornou-o bastante presunçoso, não é verdade? Acreditava não haver no mundo ninguém mais forte que você, estou certo ou não? E agora, que tem a dizer do seu atual estado?

- Você não me derrotou pela força: nada tenho de que me envergonhar.

- Não importa se fiz uso de expedientes ou de palavras, o fato é que o derrotei. Prova disso é que, por mais que se mortifique, aqui estou sentado numa pedra como vencedor e você exibe sua triste figura, dependurado num galho de árvore. Tem idéia do que provocou esta situação?

- ...

- Se considerarmos apenas a força física, você é mais forte do que eu, tem toda a razão. Um homem não pode lutar com as mãos limpas contra um tigre, é claro. Mas um tigre é sempre um tigre, um animal inferior ao homem, não se esqueça.

- ...

- O mesmo se dá com a sua coragem: todas as suas ações, até agora, demonstraram temeridade, uma falsa coragem que deriva da ignorância. Não são atos de um ser humano, nada têm a ver com a verdadeira força de um bushi. O homem, o verdadeiro bravo, teme o que tem de ser temido, poupa e resguarda a vida - esta pérola preciosa - e procura morrer por uma causa digna. Percebe agora o que há de tão lamentável em tudo isso? Você veio ao mundo possuindo força física e firmeza de caráter, mas é inculto - aprendeu apenas o lado sombrio da arte guerreira, não procurou cultivar a sabedoria e a virtude. "Aperfeiçoar-se no duplo caminho das letras e das armas" - conhece a expressão? Mas que significa "duplo caminho"? Sem dúvida não significa que dois são os caminhos a serem percorridos em busca do aperfeiçoamento; significa, isto sim, que os dois caminhos, das letras e das armas, estão juntos e perfazem um único caminho. Compreendeu, Takezo? Calou-se a voz sobre a pedra, nada mais disse o vulto sob a árvore. A noite permaneceu negra e serena. Por instantes, reinou o silêncio.


Eiji Yoshikawa

ORIGEM DAS FESTAS JUNINAS



Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
Festas Juninas no Nordeste
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas.
Comidas típicas
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.
Tradições
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
Comidas de Festa Junina
Os pratos típicos de Festa Junina, comidas e bebidas, doces e salgados
COMIDAS TÍPICAS DE FESTA JUNINA
Toda Festa Junina deve contar com os pratos típicos, pois eles fazem parte da tradição desta importante festa da cultura popular brasileira. São doces, salgados e bebidas que estão relacionados, principalmente, à cultura do campo e da região interior do Brasil. Podemos destacar que muitos cereais (milho, arroz, amendoim) estão na base de grande parte das receitas destas comidas. O coco também aparece em grande parte das receitas, principalmente dos doces.
As principais bebidas e comidas de Festa Junina:
- Arroz Doce
- Bolo de Milho Verde
- Baba de moça
- Biscoito de Polvilho
- Pipoca
- Curau
- Pamonha
- Canjica
- Milho Cozido
- Suco de milho verde
- Quentão (bebida feita com gengibre, pinga e canela)
- Biscoito de Polvilho
- Batata Doce Assada
- Bolo de Fubá
- Bom-bocado
- Broa de Fubá
- Cocada
- Cajuzinho
- Doce de Abóbora
- Doce de batata-doce
- Maria-mole
- Pastel Junino
- Pé de moleque
- Pinhão
- Cuzcuz
- Quebra Queixo
- Quindim
- Rosquinhas de São João
- Vinho Quente
- Suspiro

A TEIA DA VIDA - Borres Guilouski

A vida é realmente uma preciosidade. Um valor incalculável. Muitas religiões e
filosofias afirmam que a vida é sagrada, que é presente divino, e que todos têm o dever
de respeitá-la e defendê-la.
Você já observou com atenção o poder e a beleza da manifestação da vida? Nos
campos, nos bosques, nos jardins, nas florestas, nas montanhas, nos rios, nos lagos,
nos oceanos, enfim, nos mais diversos ambientes a vida se manifesta enchendo
nossos olhos de beleza e admiração. E como seria o nosso mundo sem pessoas, sem
animais, sem pássaros, sem frutas, sem flores, sem borboletas, sem rios? Certamente
seria triste e sem graça!
Todas as formas de vida existentes em nosso planeta são partes de um todo.
Eu, você e todos os outros seres somos parte de um imenso ecossistema.
Dependemos uns dos outros para que possamos nos manter vivos e assegurar a
continuidade da vida. Nós todos formamos a grande teia da vida.
Sendo assim, nós habitantes do planeta Terra, temos o dever sagrado de
respeitar e defender a vida. Defender a vida significa também criar laços de
solidariedade entre pessoas de deferentes crenças religiosas. Parar de poluir e
envenenar a natureza, parar de sujar com o lixo os lugares por onde passamos ou
onde moramos, parar de exterminar animais e plantas, parar de cortar as poucas
grandes árvores que ainda restam em nosso planeta... São medidas urgentes a serem
tomadas!
Preservar a natureza, responsabilizar-se
pela limpeza do meio ambiente, lutar por uma vida
digna para todos os seres humanos, tornou-se
uma questão de sobrevivência. Caso contrário, a
teia da vida poderá ser rompida e o nosso mundo
virar um deserto triste e sombrio.
Sinta-se um com todos os seres que
compõe a natureza, desde a estrela que cintila na
imensidão do céu, o ser humano ou animalzinho
que está ao seu lado até a árvore que cresce no
jardim ou no bosque. Sinta-se parte da grande teia
da vida! Ame-a, respeite-a e defenda-a!

A vida é realmente uma preciosidade. Um valor incalculável. Muitas religiões e
filosofias afirmam que a vida é sagrada, que é presente divino, e que todos têm o dever
de respeitá-la e defendê-la.
Você já observou com atenção o poder e a beleza da manifestação da vida? Nos
campos, nos bosques, nos jardins, nas florestas, nas montanhas, nos rios, nos lagos,
nos oceanos, enfim, nos mais diversos ambientes a vida se manifesta enchendo
nossos olhos de beleza e admiração. E como seria o nosso mundo sem pessoas, sem
animais, sem pássaros, sem frutas, sem flores, sem borboletas, sem rios? Certamente
seria triste e sem graça!
Todas as formas de vida existentes em nosso planeta são partes de um todo.
Eu, você e todos os outros seres somos parte de um imenso ecossistema.
Dependemos uns dos outros para que possamos nos manter vivos e assegurar a
continuidade da vida. Nós todos formamos a grande teia da vida.
Sendo assim, nós habitantes do planeta Terra, temos o dever sagrado de
respeitar e defender a vida. Defender a vida significa também criar laços de
solidariedade entre pessoas de deferentes crenças religiosas. Parar de poluir e
envenenar a natureza, parar de sujar com o lixo os lugares por onde passamos ou
onde moramos, parar de exterminar animais e plantas, parar de cortar as poucas
grandes árvores que ainda restam em nosso planeta... São medidas urgentes a serem
tomadas!
Preservar a natureza, responsabilizar-se
pela limpeza do meio ambiente, lutar por uma vida
digna para todos os seres humanos, tornou-se
uma questão de sobrevivência. Caso contrário, a
teia da vida poderá ser rompida e o nosso mundo
virar um deserto triste e sombrio.
Sinta-se um com todos os seres que
compõe a natureza, desde a estrela que cintila na
imensidão do céu, o ser humano ou animalzinho
que está ao seu lado até a árvore que cresce no
jardim ou no bosque. Sinta-se parte da grande teia
da vida! Ame-a, respeite-a e defenda-a!

Afinal o que é ser cidadão?

TEMA DA AULA: CIDADÃO E CIDADANIA


.Afinal, o que é ser cidadão?

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice tranqüila.

Como exercemos a cidadania?
Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. É a qualidade do cidadão de poder exercer o conjunto de direitos e liberdades políticas, socioeconômicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, portanto, com a participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade, zelando para que seus direitos não sejam violados.